domingo, 17 de outubro de 2010

Atividade 6 do modulo 2


Principais idéias sobre Educação Inclusiva e a proposta da minha instituição

A educação inclusiva é uma ação social, política, cultural e pedagógica que consiste no direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando das atividades sem discriminação ou exclusão. O princípio da educação inclusiva é o da inclusão de todas as crianças no ensino regular, além da criação dos mecanismos escolares para garantir o respeito às diferentes necessidades dos alunos, conforme está previsto no documento que norteia a Política Nacional de Educação Especial do Ministério da Educação, na Perspectiva da educação Inclusiva.
Baseado nisso, é esperado que as pessoas superem seus medos e aversões que ainda servem para separar os alunos deficientes das classes regulares de ensino. “A educação inclusiva é uma proposta de tornar a educação acessível a todos às pessoas. Propõe uma educação com qualidade para todos, não exclui ninguém sobre nenhum pretexto.” SASSAKI (1999, p.19). 
Nessa perspectiva, atuar em uma educação efetivamente inclusiva significa estar aberto para vivenciar mudanças no cotidiano da escola, incluindo as condições de trabalho do professor para possibilitar a participação constante dos mesmos em formações continuadas. A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns do ensino regular exige um trabalho integrado entre o professor da classe regular e os professores especializados. Caso isso não ocorra, o educando pode estar suscetível a não atingir uma evolução satisfatória no campo educacional, o que pode se refletir em várias dimensões de sua vida.
O papel do professor nesse cenário é fundamental para o desenvolvimento desse aluno. É importante que o professor seja realista quanto às dificuldades de seu aluno especial, sem desconsiderar que a proposta dessa criança deve ser exatamente a mesma da de uma criança considerada “normal”, visando permitir que o processo de inclusão se inicie. Por outro lado, será mister levar em consideração que uma criança com necessidades educacionais especiais precisa de adaptações nos espaços físicos da escola; de estratégias para estimular a interação desse aluno com os demais; de adaptações das didáticas metodológicas no currículo. Além da ação transdisciplinar que se traduz no apoio e no suporte à família desse aluno.
Consoante Guerra (2001), as crianças com dificuldades de aprendizagens não são deficientes, nem incapazes, embora demonstrem dificuldades para aprender. As “incapacidades de aprendizagem” não devem ser confundidas com dificuldades de aprendizagem. Estas devem ser compreendidas sob as múltiplas perspectivas que comportam: orgânica , psicológica, socioeconômica cultural e relações vinculares. Além disso, é preciso considerar os problemas oriundos da própria instituição escolar, na incapacidade de lidar com a diversidade.
A inclusão caracteriza-se em princípios que visam à aceitação das diferenças individuais para a valorização da contribuição de cada pessoa e sua convivência social. A escola tem o papel de favorecer que cada pessoa reconheça nos demais os direitos que exigem para si própria, além de também contribuir com aqueles que de certa forma são excluídos socialmente, e não somente os alunos com deficiência.
A  Profa. Arlete Scotto, Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas - CENP/SEE, durante o "Encontro Estadual de Educação: A Inclusão no Cenário Escolar", ocorrido em outubro, em São Paulo, fez a seguinte observação sobre a inclusão: "Abordar a questão da inclusão para além da simples integração dos alunos com necessidades educacionais especiais é o mais recente desafio que nos está sendo demandado.
De fato, se desejamos construir um mundo onde a segregação seja superada na relação entre os povos e nações; se queremos transformar a sociedade de modo que a solidariedade, a cooperação, o respeito às diferenças, conduzam a uma convivência de compreensão, tolerância e acolhimento; devemos - também e, sobretudo na escola - começar a cultivar e a vivenciar a valorização da diversidade humana em todas as suas formas.
Nesse sentido, práticas educativas que tenham como norte a educação para todos, sem distinção de gênero, etnia, classe social, religião, cultura - entre outras - inclusive acolhendo e valorizando os portadores de necessidades educacionais especiais, estarão garantindo uma 'atitude inclusiva' que favorecerá o surgimento da sociedade mais justa e igualitária almejada por todos. "
Diante disso, entendemos que a inclusão deve ser uma prática presente na comunidade escolar, pois se privarmos as crianças da convivência com seus pares especiais está se tirando a oportunidade de exercitar a construção dos seus valores. Reafirma-se então a atuação conjunta entre professores especializados e de ensino regular no provimento aos alunos com necessidades.

Para isso, o processo de construção do projeto pedagógico escolar deve levar em conta a diversidade dos alunos, incorporando as necessidades comuns e especiais, além de estimular a participação de todos os envolvidos nesse processo.
O Ginásio Municipal Dr. Celi de Freitas possui uma sala de recursos multifuncionais que atende apenas aos deficientes visuais. O município organizou a implantação das salas de recurso multifuncionais por bairro de acordo com a necessidade dos PNEs. Assim, os alunos são atendidos no contra turno na sala mais próxima, que atenda a sua necessidade.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Para efetivação da qualidade do AEE o município investiu na capacitação de  dez profissionais, mediante curso de Formação Continuada para Atendimento Educacional Especializado, de 120 horas, oferecido pelo MEC/SEESP, na modalidade de EAD reconhecido e coordenado pela Universidade Federal do Ceará.
A maioria das escolas da Rede está passando por reformulação do Projeto Político Pedagógico, buscando atender as políticas públicas. Além disso, as escolas estão realizando as adaptações físicas, através do programa Escola acessível, do governo federal, e metodológicas pelo atendimento individualizado em sala de recursos, com professor de apoio para garantir os direitos dos PNEs nas classes regular de ensino.
A proposta é o desenvolvimento de um trabalho voltado às individualidades dos alunos; acompanhamento do trabalho docente a fim de poder assessorar melhor o processo de ensino aprendizagem e trilhar seus caminhos com acertos e erros, porém sem perder o objetivo, que é o de garantir a todos sem distinção o direito a educação gratuita e de qualidade.
Entendemos que o caminho a ser percorrido é longo e sua construção acontecerá a cada etapa vencida, seja em relação a inclusão social ou educacional. Isto caberá a cada um que está comprometido no processo de zelar para que as políticas públicas de inclusão sejam elaboradas e implementadas, garantindo o direito de todos os que se sentirem excluídos.

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