sábado, 19 de dezembro de 2009

APRESENTANDO MINHA CIDADE


VISTA AÉREA

FACHADA DO PRÉDIO DA PREFEITURA

PRAÇA RUY BARBOSA

PRAÇA DA BANDEIRA

MUSEU HISTÓRICO DE JEQUIÉ

ESTÁDIO VALDOMIRO BORGES

CATEDRAL DE SANTO ANTONIO


A ESCUNA ASA BRANCA PROPORCIONA PASSEIOS MARAVILHOSOS



VISTA DO LAGO DO ALTO DA PEDRA SANTA

MINHA TERRA


Em 25 de outubro, Jequié completou 112 anos de sua emancipação político-administrativa. Considerado um dos maiores municípios da Bahia, cota com população de 150 mil habitantes. Possui várias indústrias, a exemplo da Ramarim, que gera mais de 2 mil empregos. O comércio é forte e aparece como uma das principais cidades prestadoras de serviços da Bahia. Além de espaços públicos como o Estádio Waldomiro Borges, Centro de Cultura, Palácio das Artes, sem falar em outros patrimônios como as nossas bonitas paisagens naturais. O Lago da Barragem da Pedra, por exemplo, com mais de 80 quilômetros de espelho d’água, é uma dessas riquezas que poucos municípios brasileiros têm.

ATIVIDADE DE ESTÍMULO À LEITURA




TODO PONTO DE VISTA É A VISTA UM PONTO

Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita.
Leonardo Boff.
A águia e a galinha. 5º. Ed. Petrópolis. Vozes, 1997.

UM TEXTO INTERESSANTE

O contrato de casamento

Na semana passada comemorei trinta anos de casamento Recebemos dezenas de congratulações de nossos amigos, alguns com o seguinte adendo assustador: "Coisa rara hoje em dia". De fato, 40% de meus amigos de infância já se separaram, e o filme ainda nem terminou. Pelo jeito, estamos nos esquecendo da essência do contrato de casamento, que é a promessa de amar o outro para sempre.

Muitos casais no altar acreditam que estão prometendo amar um ao outro enquanto o casamento durar. Mas isso não é um contrato.

Recentemente, vi um filme em que o mocinho terminava o namoro dizendo "vou sempre amar você", como se fosse um prêmio de consolação. Banalizamos a frase mais importante do casamento. Hoje, promete-se amar o cônjuge até o dia em que alguém mais interessante apareça. "Eu amarei você para sempre" deixou de ser uma promessa social e passou a ser simplesmente uma frase dita para enganar o outro.

Contratos, inclusive os de casamento, são realizados justamente porque o futuro é incerto e imprevisível. Antigamente, os casamentos eram feitos aos 20 anos de idade, depois de uns três anos de namoro. A chance de você encontrar sua alma gêmea nesse curto período de pesquisa era de somente 10%, enquanto 90% das mulheres e homens de sua vida você iria conhecer provavelmente já depois de casado. Estatisticamente, o homem ou a mulher "ideal" para você aparecerá somente, de fato, depois do casamento, não antes. Isso significa que provavelmente seu "verdadeiro amor" estará no grupo que você ainda não conhece, e não no grupinho de cerca de noventa amigos da adolescência, do qual saiu seu par. E aí, o que fazer? Pedir divórcio, separar-se também dos filhos, só porque deu azar? O contrato de casamento foi feito para resolver justamente esse problema. Nunca temos na vida todas as informações necessárias para tomar as decisões corretas.

As promessas e os contratos preenchem essa lacuna, preenchem essa incerteza, sem a qual ficaríamos todos paralisados à espera de mais informação. Quando você promete amar alguém para sempre, está prometendo o seguinte: "Eu sei que nós dois somos jovens e que vamos viver até os 80 anos de idade. Sei que fatalmente encontrarei dezenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes que você ao longo de minha vida e que você encontrará dezenas de homens mais bonitos e mais inteligentes que eu. É justamente por isso que prometo amar você para sempre e abrir mão desde já dessas dezenas de oportunidades conjugais que surgirão em meu futuro. Não quero ficar morrendo de ciúme cada vez que você conversar com um homem sensual nem ficar preocupado com o futuro de nosso relacionamento. Nem você vai querer ficar preocupada cada vez que eu conversar com uma mulher provocante. Prometo amar você para sempre, para que possamos nos casar e viver em harmonia". Homens e mulheres que conheceram alguém "melhor" e acham agora que cometeram enorme erro quando se casaram com o atual cônjuge esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato de casamento.

O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre. Um dia vocês terão filhos e ao colocá-los na cama dirão a mesma frase: que irão amá-los para sempre. Não conheço pais que pensam em trocar os filhos pelos filhos mais comportados do vizinho. Não conheço filho que aceite, de início, a separação dos pais e, quando estes se separam, não sonhe com a reconciliação da família. Nem conheço filho que queira trocar os pais por outros "melhores". Eles aprendem a conviver com os pais que têm.

Casamento é o compromisso de aprender a resolver as brigas e as rusgas do dia-a-dia de forma construtiva, o que muitos casais não aprendem, e alguns nem tentam aprender. Obviamente, se sua esposa se transformou numa megera ou seu marido num monstro, ou se fizeram propaganda enganosa, a situação muda, e num próximo artigo falarei sobre esse assunto. Para aqueles que querem ter vantagem em tudo na vida, talvez a saída seja postergar o casamento até os 80 anos. Aí, você terá certeza de tudo.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora Abril, Revista Veja, edição 1873, ano 37, nº 39, 29 de setembro de 2004, página 22.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

OFICINAS TP3



Atividade para estimular a leitura

Atividade para estimular a leitura
Rodrigo Saporiti
1 – Faça um clube de livros
Você já comentou um livro com outras pessoas? No mínimo, tão bom quanto comentar um filme, não é? Que tal fazer o mesmo com seus estudantes? Compre alguns títulos adequados à idade de seus alunos e invente várias atividades ao redor da história: dramatizações, criação de ilustrações para a obra, discussões em classe. Aqui, não importa a nota. Importa que eles descubram tudo o que um livro pode proporcionar.
2 – Dê o exemplo
Ande sempre com um livro a postos, para mostrar que você também tem o hábito da leitura. E, em vez de você mandar seus alunos lerem um livro em casa, compartilhe com eles algumas páginas. Leia, divirta- se com seus alunos.
3 – Anuncie
Faça grandes cartazes com os livros lidos pelos alunos, com reproduções da capa e/ou colagens que remetam ao ambiente do livro (uma aventura urbana pode receber recortes de páginas de revistas mostrando grandes cidades, entre outras). Faça também alguns “anúncios interativos”, cartolinas onde cada aluno pode escrever o nome da personagem que mais gostou, as frases preferidas do livro, e tudo o que ele mais gostou (só não vale contar o final).
4 – Passe para a frente
Depois que um grupo ou classe de alunos termine a leitura de um livro, peça que eles façam um resumo ou crítica oral da história para outra turma. Assim, você estimula dois grupos de alunos ao mesmo tempo.
5 – Ofereça escolhas
Permita que seus alunos escolham entre diversas opções de exercícios, maneiras de discutir o livro, etc. Cada um se adapta melhor a uma maneira de exprimir o que acabou de ler.

Para reflexão

Coisas que a vida ensina depois dos 40


Amor não se implora, não se pede, não se espera... Amor se vive, ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovem.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.
Obrigado, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola - 1936/2008


"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor
para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos
filhos melhores para o nosso planeta."
(autor desconhecido)

Mensagens

CONQUISTAR-SE
Estamos nessa vida para sermos felizes. No momento em que nos aceitamos, nos valorizamos e buscamos um caminho, construímos a nossa história. Uma história que cada um conquista passo a passo, onde o querer e o poder vão delineando e agregando valores e crenças, compondo o nosso referencial.
Nos conquistamos quando somos livres para sentir, quando somos um espaço onde as sensações ocorrem e nos tornamos a consciência dessas mesmas sensações. Crescemos quando descobrimos quem somos e onde queremos ir. Quando abandonamos a nossa zona de conforto, ultrapassamos a barreira da acomodação e avançamos. Ousamos e nos permitimos enxergar além dos nossos olhos. Enxergar também com o coração. O novo é sempre a chave da libertação...
Problemas? Quem não os tem?... Existem e sempre irão existir. Serão, porém, sempre velhos caminhos. Conseguimos nos libertar deles quando buscamos as soluções. Ao rompermos barreiras transmudamos e enxergamos o que está mais além. Deitamos e descansamos com a livre sensação de ter vencido e atingido as estrelas.
Conquistar-se é acreditar no sonho pois, ao acreditarmos torna-se real. O que apenas desejamos simplesmente pode não acontecer, porque “desejar é querer sem crer”. É preciso acreditar no que somos e o que representamos para o mundo. É preciso acreditar no valor que temos e no nosso papel enquanto construtores de novas habilidades na arte de ser e estar no mundo.
Somos o que somos agora... Nossa história nos trouxe até aqui. Não somos a somatória dos fatos vividos, mas o desenvolvimento das potências que os fatos promoveram. O que importa é o que conquistamos e o que ainda temos por conquistar. Importa que estejamos atentos ao nosso processo de crescimento e ao nosso reconhecimento enquanto pessoa, ser de pensamento, palavra e sentimento.
Que antes da busca pela conquista do outro, possamos estar empenhados na ação do “conquistar-se...”

Catarina Coelho Marques é Pedagoga, Consultora Organizacional, Diretora Técnica da ABRHBA e Coordenadora dos Grupos de Estudo da ABRHBA.

COMENTÁRIO DO LIVRO "EDUCAÇÃO EM LÍNGUA MATERNA - A SOCIOLINGUÍSTICA NA SALA DE AULA

EDUCAÇÃO EM LÍNGUA MATERNA: A SOCIOLINGÜÍSTICA NA
SALA DE AULA

Esse livro apresenta os fundamentos teóricos e as aplicações práticas, na forma de atividades bem elaboradas, para transformar a educação em língua materna num compromisso com a formação plena do cidadão e contra toda forma de exclusão social pela linguagem. O livro destina-se a professores, de ensino fundamental e médio e a estudantes dos cursos de letras e de pedagogia interessados pela questão premente da língua materna.
Estrategicamente dividida em sete capítulos, escritos propositalmente em linguagem coloquial, a autora assim os distribuiu:

1) A sociedade brasileira: características sociolingüísticas;
2) Diversidade lingüística e pluralidade cultural no Brasil;
3) A variação lingüística em sala de aula;
4) A comunidade de fala brasileira;
5) O português brasileiro;
6) Competência comunicativa;
7) A variação lingüística no português brasileiro.

Trata-se de uma obra de leitura muito prazerosa, com pouca retenção teórica e com muitos recursos que promovem um bom entendimento do texto por parte dos leitores. No decorrer dos capítulos há ainda sugestões para atividades, discussões, leituras e reflexões o que torna o trabalho ainda mais didático.

No primeiro capítulo - A sociedade brasileira: características sociolingüísticas — “identificam-se as principais características sociolingüísticas da sociedade brasileira e suas implicações para a educação”. Um trecho do romance Rememórias dois de Carmo Bernardes1 serve como texto estímulo para que a autora insira o leitor na reflexão sobre a língua portuguesa no Brasil, suas características e sua variação, especialmente as diferenças entre o Brasil urbano e o Brasil rural. Decorre desse texto estímulo, o trabalho com alguns dados: a) Crescimento da população rural e urbana no Brasil, b) A evolução da alfabetização no Brasil e c) Taxas de alfabetização na população brasileira de 15 anos ou mais.

No segundo, sobre - Diversidade lingüística e pluralidade cultural no Brasil — são tecidas considerações que “facilitam a conscientização sobre variação lingüística”, tendo novamente como base a narrativa regional-memorialística de Carmo Bernardes. Bortoni-
Ricardo explora como a criança começa a desenvolver o seu processo de sociabilização em três domínios: a família, os amigos e a escola. Nesses domínios, as pessoas interagem assumindo certos papéis sociais, os quais são acompanhados por tipos específicos de comportamento lingüístico. São esmiuçadas as relações lingüísticas da criança com a família, com os amigos e com os professores na escola.

A variação lingüística em sala de aula, título do terceiro capítulo, tomando ainda como base a saga de Carmo Bernardes, a autora “refleti sobre a variação lingüística no repertório dos professores e dos alunos de ensino fundamental”. Discute elegantemente como o professor deve trabalhar a questão do erro lingüístico — não como uma deficiência do aluno, mas sim como diferença entre duas variedades. A pesquisadora insere também nesse capítulo a noção de adequação lingüística, que deve ser ministrada aos alunos, conscientizando-os quanto às diferenças para que eles possam começar a monitorar seu próprio estilo.

O quarto capítulo, intitulado - A comunidade de fala brasileira, a autora “leva o aluno a aprofundar sua conscientização sobre a variação lingüística e a educação em língua materna”. Tomando como base a historinha O limoeiro de Maurício de Sousa (Chico Bento, nº. 354), a autora sugere que o personagem Chico Bento poderia se transformar - em nossas salas de aula — em um símbolo do multiculturalismo que ali deveria ser cultivado. A autora explora também conceitos como grupos etários, gênero, status socioeconômico, grau de escolarização, mercado de trabalho e rede social, que corroboram para o entendimento da variação lingüística.

Já no quinto capítulo, em O português brasileiro há uma “sistematização das informações sobre a variação lingüística no Brasil”, tomando por base três linhas, que foram classificadas de contínuos: contínuo de urbanização, contínuo de oralidade-letramento, contínuo de monitoração estilística. Evita-se, assim, a costumeira e tradicional criação de fronteiras rígidas entre Mais precisamente, Bortoni-Ricardo nos mostra que o português brasileiro não possui uma feição única, mas sim é uma entidade heteróclita, ou seja, há vários “portugueses brasileiros”. Esse, sem sombra de dúvidas, é o capítulo mais significativo do livro, pois propõe um instrumental de análise para o português brasileiro distinto do que vem sendo apresentado por outros pesquisadores.

No sexto capítulo a autora trata da Competência comunicativa — visando “introduzir os conceitos de competência lingüística e competência comunicativa e suas implicações para a educação”. Bortoni-Ricardo rastreia o percurso desses conceitos a partir do linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), que postulou uma distinção entre língua e fala; em seguida o norteamericano Noam Chomsky (1928), que retomou a distinção entre língua e fala, com pequenas alterações, propondo uma dicotomia entre competência lingüística e desempenho (ou performance). Finalmente, a autora destaca o trabalho do norte-amerciano Dell Hymes (1927) em 1966, como a principal reformulação à dicotomia proposta por Chomsky. Para Hymes, o maior problema com o conceito de competência lingüística residia no fato de que esse conceito não dava conta questões de variação da língua. Hymes então propôs um novo conceito, o de competência comunicativa, que é bastante amplo para incluir não só as regras que presidem à formação das sentenças, mas também as normas sociais e culturais que definem a adequação da fala. Assim, Hymes inclui a noção de adequação no âmbito da competência;

A variação lingüística no português brasileiro — Neste sétimo e último capítulo a autora “sistematiza informações sobre regras de variação na fonologia e morfossintaxe”.
Mais particularmente, a autora quer responder às seguintes perguntas: “1) Quais as principais características da fala de um brasileiro com antecedentes rurais e urbanos se comparada à fala de um brasileiro com antecedentes urbanos?” e “2) Quais as principais características da linguagem de um falante usando estilo monitorado se comparado aos seus estilos não monitorados?”

Trata-se de um trabalho muito interessante para os que se iniciam nos estudos de sociolingüística do português brasileiro, dado que a autora condensa – com inegável habilidade – discussões clássicas, a par de pesquisas recentes sobre esse tema.
Se os especialistas estão relativamente bem servidos de publicações, o mesmo não se pode dizer, contudo, do público leigo que pretende se iniciar nessa área do conhecimento lingüístico. Para este, têm faltado boas obras introdutórias. Assim, esse trabalho vem preencher uma lacuna existente no mercado editorial e também fazer importante ligação entre a sociolingüística teórica sobre o português brasileiro e o público principiante nesse setor do conhecimento lingüístico.

(BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolingüística na
sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004 (Col. Linguagem, nº. 4) 112 p.
ISBN: 85-88456-17-6).

Uma pequena abordagem sobre o livro de Marcos Bagno "Nada na Língua é por acaso - por uma pedagogia da variação linguística"

NADA NA LÍNGUA É POR ACASO - POR UMA PEDAGOGIA DA VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA


Esse maravilhoso livro de Bagno apresenta de modo acessível e esclarecedor, os fundamentos necessários para que professores em atuação e em formação, possam abordar conceitos como variação e mudança, norma-padrão e norma culta, estigma e prestígio, letramento e oralidade - entre outros - de maneira consistente e sem as distorções que, infelizmente, aparecem com tanta freqüência em documentos oficiais, diretrizes curriculares, livros didáticos e, principalmente, nos meios de comunicação, onde imperam noções arcaicas e pré-científicas sobre língua e linguagem que em nada contribuem para a construção de uma democracia lingüística no nosso país.

Como lidar com variações e mudanças da língua no ensino de português? Essa foi a principal questão que Marcos Bagno, professor do departamento de Lingüística da Universidade de Brasília, procurou responder nesse livro para milhares de professores que buscam compreender sua língua materna, visando aperfeiçoar o ensino de língua portuguesa.

Bagno explica que os discursos da ciência e do senso comum a respeito da língua são diferentes. Para as ciências da linguagem, toda manifestação lingüística é correta, se é capaz de cumprir a função de interação humana. Já o senso comum tem arraigada a noção de erro, influência dos primeiros gramáticos, que definiram um modelo de língua baseado no falar de um grupo social específico: homens, livres, letrados, ricos, cidadãos (eleitores e elegíveis) e membros da aristocracia política. Tudo o que fugia a esse modelo idealizado era – e continua sendo – considerado erro. “Se pensarmos dessa forma, vamos dizer que 99% da população fala errado a própria língua”, diz Marcos Bagno.

Na direção contrária à dos primeiros gramáticos, a lingüística propôs, mais tarde, que em vez de pensarmos em “erro”, deveríamos pensar em variação da língua, de acordo com fatores como a região e a classe social de origem dos falantes, e em mudanças lingüísticas, que ocorrem naturalmente ao longo do tempo. Segundo Marcos Bagno, é impossível pesquisar a língua sem levar em conta quem fala, para quem fala, o contexto social dos falantes e a situação de comunicação. Não se deve tratar a língua como “alguma coisa que não nos pertence e que, para piorar, é de difícil acesso”, como consideram a gramática tradicional e o senso comum.

Como ensinar

Diante da idéia de que nada na língua é por acaso, de que todas as formas de expressão verbal têm organização gramatical e de que os supostos “erros”, quando estudados, revelam uma lógica e uma sistematicidade, a pergunta inicial retorna: “Como tratar os fenômenos de variação e mudança no ensino de língua?”. Marcos Bagno afirma que há três possibilidades: a) ignorar as contribuições da lingüística e continuar ensinando a gramática normativa, considerando a norma-padrão como a única forma certa de usar a língua; b) substituir totalmente a antiga noção de “erro” pelos conceitos de variação e mudança; ou c) conciliar as duas perspectivas, em benefício da formação do aluno. Segundo o pesquisador, a terceira opção é a mais adequada porque não negligencia os conhecimentos da lingüística e, ao mesmo tempo, reconhece que a sociedade não é regida pelo discurso científico.

“Os professores de português têm, então, que mostrar que a língua não é neutra, é lugar de conflito. Os alunos têm que saber que sua produção lingüística, oral ou escrita, estará sempre sujeita a uma avaliação social, positiva ou negativa”, defende Bagno. Sabendo disso, as pessoas podem até usar variedades lingüísticas não padronizadas, como forma de protesto, como fazem os autores de rap. O pesquisador enfatiza que o importante é oferecer ao aluno o conhecimento de todas as opções possíveis para que ele faça escolha consciente das conseqüências.

Para cumprir essa “missão”, o professor de português precisa ter um embasamento mínimo em sociolingüística que o capacite a perceber os fenômenos lingüísticos que ocorrem em sala de aula e a reconhecer o perfil sociolingüístico de seus alunos. Assim, o educador será capaz de “empreender uma educação em língua materna que leve em conta o grande saber lingüístico prévio dos aprendizes e que possibilite a ampliação incessante do seu repertório verbal e de sua competência comunicativa”, conclui Marcos Bagno.

Algumas considerações sobre Gêneros Textuais

NOÇÃO DE GÊNERO TEXTUAL, TIPO TEXTUAL E DOMÍNIO DISCURSIVO


A comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Bronckart (1999; 103) afirma que “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (p.154). Assim vamos entender o conceito de tipo e gênero textual alé de domínio discursivo, na visão de marcuschi.

1. Tipo textual: designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). O tipo caracteriza-se muito mais como seqüências lingüísticas (retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar. Quando predomina um modo num dado texto concreto, dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo etc.

2. Gênero textual: são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. São entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas, constituindo em princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas. Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial, resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador...

3. Domínio discursivo: não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles. São práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder (discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc.).


• “Não se pode tratar o gênero de discurso independentemente de sua realidade social e de sua relação com as atividades humanas” (p. 155)‏

• Gêneros e tipos não são opostos, não formam uma dicotomia. São complementares e integrados, formas constitutivas do texto em funcionamento.

• Carta pessoal: possui uma variedade de seqüências tipológicas, em que predominam descrições e exposições.

• “Gêneros não são entidades formais, mas sim entidades comunicativas em que predominam os aspectos relativos a funções, propósitos, ações e conteúdos. A tipicidade de um gênero vem de suas características funcionais e organização retórica” (p. 159).
• Carolyn Miller (1984): “os gêneros são formas verbais de ação social estabilizadas e recorrentes em textos situados em comunidades de práticas em domínios discursivos específicos. Assim os gêneros de tornam propriedades inalienáveis dos textos empíricos e servem de guia para os interlocutores, dando inteligibilidade às ações retóricas. São entidades dinâmicas, históricas, sociais, situadas, comunicativas, orientadas para fins específicos, ligadas a determinadas comunidades discursivas, ligadas a domínios discursivos, recorrentes e estabilizadas em formatos mais os menos claros”(p. 159).

• Por serem sócio-históricos e variáveis, tornou-se muito difícil fazer uma classificação de gêneros, o que deixou de ser preocupação dos estudiosos. Hoje procura-se explicar como eles se constituem e circulam socialmente.

• Maingueneau (2204) propôs uma divisão dos gêneros em três grandes conjuntos partindo do seu regime de generecidade:

a) Gêneros autorais: mantêm um caráter de autoria pelos traços de estilo. Situam-se na literatura, no jornalismo, na filosofia...
b) Gêneros rotineiros: comuns no dia-a-dia. Realizam-se em entrevistas radiofônicas, consultas, médicas... Não mudam muito de situação para situação e suas marcas autorais de manifestam menos.
c) Gêneros conversacionais: gêneros de menor estabilidade e sem organização temática previsível como as conversações.
d)
O próprio autor mudou a classificação pela inadequação do termo “rotineiro”. Ele defende que se distinga:
• Regime de gêneros conversacionais
• Regime de gêneros instituídos (conteria gêneros autorais e rotineiros)‏
“Todos os textos realizam um gênero e todos os gêneros realizam seqüências tipológicas diversificadas (...) os gêneros são em geral tipologicamente heterogêneos”(p. 160). Exemplo: telefonema.

GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA

Luiz Antônio Marcuschi


Considerando a questão intercultural, segundo Marcuschi (2009) “A escolha de um gênero que pode ser usado para servir a uma certa função interativa em nossa cultura pode se tornar inadequada numa situação cultural diferente. Um sinólogo alemão, que trabalhava como intérprete em encontros de negócios entre comerciantes chineses e alemães, apontou a preferência dos comerciantes alemães por contar piadas em negociações comerciais. Para os chineses, é considerado inapropriado contar piadas durante encontros de negócios, e as piadas não são esperadas neste contexto.”

Da mesma forma, o uso de provérbios tanto na oralidade como na escrita chinesa é um sintoma de boa educação.

 Um aspecto importante a tratar é o problema da variedade cultural dentro de um mesmo país e como isso deveria ser encarado pelo próprio livro didático.

 Estes deveriam oferecer um ensino culturalmente sensível, tendo em vista a pluralidade cultural. Não se deveria privilegiar o urbanismo elitizado, mas frisar a variação lingüística, social, temática, de costumes, crenças valores etc.

 A vivência cultural humana está envolta em linguagem e todos os textos situam-se nessas vivências estabilizadas simbolicamente. Isto é um convite claro para o ensino situado em contextos reais da vida cotidiana.

A questão do suporte de gêneros textuais

Equivocam-se os manuais quando falam no dicionário como portador de gênero, pois ele próprio é um gênero. Enquanto que a embalagem é um suporte e não um gênero. A idéia central é que o suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele. O suporte é imprescindível para que o gênero circule na sociedade e deve ter alguma influência na natureza do gênero suportado.

Suporte - Um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto.

É muito difícil contemplar o contínuo que surge na relação entre gênero, suporte e outros aspectos, pois não se trata de fenômenos discretos e não se pode dizer onde um acaba e outro começa.

Exemplo:
• Carta pessoal (GÊNERO) – Papel-carta (SUPORTE) – Tinta (MATERIAL DA ESCRITA) - Correios (SERVIÇO DE TRANSPORTE)

• Não é fácil estabelecer a mesma cadeia para todos os gêneros, mas isso serve para pensar as unidades componentes dessa cadeia.

• O suporte firma ou apresenta o texto para que se torne acessível de certo modo e, não deve ser confundido com o contexto nem com a situação, nem com o canal em si, nem com a natureza do serviço prestado. O suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele.

• O outdoor, durante muito tempo foi classificado como gênero porém, hoje é claramente identificado como suporte público para vários gêneros, com preferência para publicidades, anúncios, propagadas, comunicados, convites, declarações, editais.

Tipos de SUPORTE:


1. Convencionais - típicos ou característicos, produzidos para esta finalidade.



Livro Telefone
Livro didático Quadro de avisos
Jornal (diário) Outdoor
Revista (semanal/mensal) Encarte
Revista Científica (boletins e anais) Folder
Rádio Luminosos
Televisão Faixas

2. Incidentais - podem trazer textos, mas não são destinados a esse fim de modo sistemático nem na atividade comunicativa regular.

Embalagens Paradas de Ônibus
Muros Estações de Metrô
Roupas Calçadas
Corpo Humano Fachadas
Paredes Janelas de Ônibus
Pára-choques e pára-lamas de caminhão (Meios de Transporte em geral)

3. Serviços em função da atividade comunicativa

Não devem ser situados entre os suportes textuais, sejam os incidentais ou convencionais, mas sim como SERVIÇOS.
 Correios
 (Programa de) E-mail
 Mala-direta
 Internet
 Homepage e site

Momentos de reflexão/autoavaliação

MINHA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

MOMENTOS MARCANTES...
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O QUE EU PODERIA TER FEITO MELHOR...
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O QUE EU NÃO FIZ E GOSTARIA DE TER FEITO...
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O QUE EU FIZ, MAS NÃO DEVERIA TER FEITO...
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Atividades como essa, possibilitaram a reflexão sobre si mesmo e tomada de decisão acerca de ações não praticadas, mas que ainda podem ser planejadas e realizadas.

Dinâmica do Sol


Dinâmica do sol

PERGUNTAS

1. O que é o Gestar?
2. Como o Gestar poderá ajudar o professor em sala de aula?
3. Quais os objetivos do Gestar?
4. Qual a carga horária total do Gestar?
5. Como o Gestar se efetiva na prática?
6. O que é plantão pedagógico?
7. Quais os instrumentos de avaliação do Gestar?
8. Quais os deveres do(a) cursista?
9. Quais os direitos do (a) cursista?
10. Qual a duração da oficina?
11. Quais os conteúdos que serão trabalhados na disciplina?
12. Qual o percentual de gratificação?
13. Qual o papel do formador do Gestar?


RESPOSTAS

1. É um programa de formação continuada semipresencial para professores de Língua Portuguesa e Matemática que tem como objetivo a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
2. Sugerindo novas estratégias e proporcionando momentos para:
• discussões e reflexões sobre os problemas de ensino;
• compartilhamento de experiências, esclarecimento de dúvidas e questionamentos;
• planejamento e elaboração de situações didática e análise crítica da prática em sala de aula.
3. Garantir a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, elevando a competência dos professores e alunos.
4. 373 horas
5. O Gestar se efetiva mediante encontros presenciais (oficinas) com atividades individuais a distância e plantões pedagógicos.
6. É o atendimento às necessidades específicas do professor, na Unidade Escolar, pelo formador, visando sanar dúvidas de implementação do Programa em sala de aula: elaboração e aplicação do projeto e aplicação das atividades sugeridas pelo TP.
7. Presença e participação nas oficinas; estudo individual; aplicação do Avançando na prática ou Socializando seu conhecimento; elaboração e aplicação do projeto pedagógico e elaboração do portfólio.
8. Freqüência obrigatória às atividades presenciais do programa; leitura dos cadernos de Teoria e Prática para discussão nas oficinas; realização e entrega das atividades pedagógicas recomendadas pelo programa denominadas lição de casa ou socializando o seu conhecimento; elaboração e aplicação do projeto e entrega do portfólio.
9. Receber todo material instrucional do programa destinado aos professores; participar de todas as oficinas; ter um formador que o acompanhe durante o curso, tirando dúvidas; ter um certificado de conclusão do curso, caso tenha cumprido todos os requisitos necessários à certificação.
10. 4 horas
11. (ver ementa no anexo 5)
12. 15% desde que atue no segmento de 5ª a 8ª ou nas disciplinas de Língua Portuguesa ou Matemática.
13. Executar as sessões presenciais (oficinas); realizar o plantão pedagógico; emitir parecer sobre as atividades solicitadas pelo programa; avaliar o desenvolvimento do professor, registrando seu progresso.
OBS.: A medida que as respostas eram dadas, os raios de sol iam sendo colocados, conforme foto ilustrativa acima.

Dinâmica das cores

Uma prática constante nas oficinas do Gestar II Língua Portuguesa, era a senbilização do grupo, a preparaçãoa para exposição do conteúdo,a exemplo das dinâmicas e mensagens partilhadas.

As cores

Objetivo: A importância de ajudarmos aos outros.
Participantes: Indefinido.
Tempo Estimado: 25 minutos.
Material: Fita adesiva, 5 cartolina de cores diferentes cortadas uma de cada cor no tamanho de uma folha de papel ofício.
Pedaços de cartolinas cortadas no tamanho que dê para colar na testa de cada um.
Descrição: Pedir para que os participantes formem um circulo e que fechem os olhos.

Desenvolvimento:
O coordenador deve pregar na testa ou nas costas de cada um, uma cor, e logo depois as cinco cartolinas de cores diferentes, no tamanho de papel ofício, devem ser coladas cada uma em uma parede da sala.
O coordenador pode pedir par abrirem os olhos e que não podem conversar até o termino da dinâmica. O coordenador deve explicar que eles terão certo tempo para descobrirem sua cor e se aproximarem da parede que tenha a sua cor. E tudo isto sem nehuma comunicação com os colegas. Os que não acertarem sua cor terão que pagar uma prenda.

Recomendação:
Com certeza algumas pessoas que conheçam a dinâmica, querem ir para seu lugar e provavelmente ficarão rindo dos colegas em vez de ajudá-los. Ao término o coordenador deve informar que todos venceram com exceção dos que chegaram 1º e não ajudaram seus colegas.

OFICINA INTRODUTÓRIA






A oficina introdutória do Gestar II foi realizada com todas as turmas e contamos com a participação integral dos cursistas. O Programa foi apresentado pela Coordenadora pedagógica do referido programa e referendado pelas formadoras Marivone Pimentel, Conceição Pimentel e Amália Silva. Houve sorteios de livros e realização de algumas dinâmicas para integração do grupo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Comentário sobre o livro Felpo Filva de Eva Furnari

O livro de Eva Furnari FELPO FILVA conta a história de um coelho poeta, um pouco neurótico, chamado Felpo. Um dia, ele recebeu a carta de uma fã que discordava dos seus poemas, a Charlô. Ele ficou muito indignado e isso deu início a uma troca de correspondências entre eles. O livro conta essa história de maneira divertida, usando os mais variados tipos de texto, como poema, fábula, carta, manual, receita e até autobiografia, permitindo, assim que o leitor entre em contato com as diversas funções da escrita.

É realmente admirável a criatividade dessa autora que não produz apenas histórias da bruxinha, mas, um caldeirão de invencionices e esquisiticies fantasiosas que as crianças de todas as idades adoram ler. O melhor de tudo é que além das ótimas histórias, as ilustrações, riquíssimas em detalhes que parecem aparecer de uma hora para outra cada vez que a gente relê, são um presente para os olhos.

Resenha do Filme "A Língua das Mariposas"


“A língua das Mariposas”

O filme “A Língua das Mariposas” retrata com clareza a influencia de um professor no processo de desenvolvimento cognitivo, pessoal, político e social de uma criança na época antecedente a guerra civil da Espanha.

Considerando os desafios que uma criança enfrenta nos seus primeiros dias de aula e a importância do professor no processo de superação dos mesmos, a personagem Moncho (Manoel Lozano), uma criança de sete anos, que apesar de nunca ter ido à escola, já sabia ler e escrever, se depara com seu primeiro dia de aula. Assustado com a ideia negativa que fora construída sobre professores que castigam às crianças, pensava que seu professor fosse igual aos da época e que iria castigá-lo ao menor descuido ou erro. Contudo, surpreende-se ao perceber que o seu professor Dom Gregório (Fernando Fernan Gómez) é uma pessoa diferente da imagem que ele fazia. Dom Gregório é uma pessoa tranqüila de expressões calma, sempre elegante e que garantia a eficiência de suas aulas por demonstrar um leque de conhecimentos. Além disso, os métodos utilizados para lidar com os problemas comuns aos professores, diferentes de seus colegas da época, surpreendiam a todos.

Moncho, o pequeno aprendiz, vive momentos de encantamento com as aulas do professor e passa a tê-lo como referencia e exemplo de educador. Surge, então, uma relação de amizade entre professor e aluno. Tal amizade, possibilitou ao aluno aproximar-se dos conhecimentos e até esclarecer seus questionamentos pessoais com o mestre. A partir daí, o garoto começa a desbravar o mundo, mediante os ensinamentos proporcionados pelo professor que ajudam o garoto a diversificar o olhar para o mundo em que se introduzia como ser social.

Em tempos de guerra, o comportamento de Dom Gregório incomodavam as pessoas que não compartilhavam dos mesmos ideais, desencadeando a fúria dos tradicionalistas que o prejudicaram politicamente. Quando a guerra teve início, os ditos republicanos, pessoas contrárias às leis pregadas pela Igreja Católica, foram presas pelo Estado. Entretanto, para surpresa do aluno Moncho e de sua família o professor amado também estava sendo levado, pois era um homem que não negava seus princípios e defendia os seus ideais. A postura do garoto no final do filme, quando insulta aqueles que os represam, mostra que o trabalho do professor não foi em vão e que aquele velho mestre tinha deixado sua semente ali plantada.

Algumas considerações

A postura do professor Dom Gregório no processo de construção do conhecimento é a de um realista, pois ao longo do filme, ele mostra a importância de ser um professor inovador, pesquisador, que se preocupa em renovar seus conhecimentos. Faz uso dos elementos concretos, um dos métodos preferidos de trabalho, estimulando os alunos a buscarem as respostas para os questionamentos que ele mesmo provocava.

No processo educacional, o professor considerava os conhecimentos prévios dos alunos, a exemplo do aluno Moncho quando questionado pelo professor no primeiro dia de aula e este valoriza a resposta do garoto.

A relação estabelecida entre o professor e o aluno vai além da relação educador e educando. A amizade estabelecida garantiu a ampliação de conhecimentos do pequeno. O filme, apesar de ter passado numa época diferente da que vivemos hoje, nos traz exemplos claros de como devemos despertar o aluno em sala de aula. Mostra a importância de o professor está sempre se atualizando, aperfeiçoando sua prática pedagógica, visando o seu próprio desenvolvimento e o do aluno.

Resenha do Filme "O Carteiro e o Poeta"


Título: O Carteiro e o Poeta

Direção: Michael Radford

O filme “O Carteiro e o Poeta” retrata a história de Mário Ruppolo, filho de pescador, morador de uma ilha da Itália que apresenta a realidade de uma pacata cidade em que um dos principais problemas era a falta de água doce. A pescaria era a principal atividade de sustento familiar. Mário não queria para si a profissão de pescador como seu pai e os demais homens da localidade. Ele sonhava como uma vida melhor nas Américas, além disso, era alérgico a peixe. Apesar da sua pouca instrução, deseja um pouco mais do que a pescaria. Então, para fugir da pressão do pai que o obrigava a ser pescador, divide o tempo entre longos passeios pela natureza e, quando pode, vai ao cinema.

Ao saber que surge uma vaga nos Correios, Mario vê a chance de unir seu gosto pelos passeios com sua bicicleta, a um trabalho longe das pescarias. Aliado a isso, o prazer que mais tarde ele descobriria: o de ter um contato maior com Pablo Neruda, pois ele se torna o encarregado de cuidar da correspondência do poeta exilado, devido aos seus escritos. Aos poucos, as barreiras entre esses dois homens aparentemente opostos vão se quebrando, dando lugar a uma sólida amizade. Mário, em sua simplicidade, ganha o carinho de Neruda. Este, por sua vez, o ajuda a vencer a timidez e se aproximar de sua amada Beatrice. Com o término do exílio, Neruda vai embora. Mário, já está casado não é mais o homem de outrora. Agora, quer agora falar e falar muito, o que faz com que ele se engaje na política de oposição.

Pablo Neruda, poeta chileno, interpretado pelo ator Philippe Noiret. Por razões políticas é exilado em uma ilha italiana, exatamente na ilha onde mora Mário Ruppolo, personagem interpretada pelo ator Massimo Troisi. Lá, mantêm contato com esse rapaz, um desempregado, quase analfabeto, que é contratado como carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta. Gradativamente nasce entre os dois uma sólida amizade e o carteiro solicita e recebe ajuda do poeta para conquistar o grande amor de sua vida: Beatrice, interpretado pela atriz Anna Pavignano.

Mário, o aprendiz, tornou-se um notório crítico do sistema opressor, e morre na revolução por defender os direitos dos menos favorecidos. O desenvolvimento da habilidade do jovem senhor se deu com grande rapidez, resultado de longas leituras. Daí a comprovação de que a leitura abre caminho para novas descobertas, ela liberta o indivíduo de sua individualidade, de seu pequeno mundo e lhe permite ver o global e agir sobre ele.

Sem dúvida o Filme é uma grande fonte de reflexão para o Professor de Língua, em nosso caso, Língua Portuguesa, a quem é imprescindível a leitura, a investigação, o acreditar em seu potencial visando criar estratégias inteligentes para desenvolvimento potencial de seus alunos.

Enfim, o filme reforça a convicção de que as pessoas aprendem com muita facilidade aquilo que interessa a elas. É importante que tornemos as aulas interessantes para os nossos alunos, nossa prática docente deve estimular nossos alunos a avançar na busca da melhor qualidade da educação.

Memorial de Leitura

ESTADO DA BAHIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE JEQUIÉ

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA GESTÃO DE APRENDIZAGEM ESCOLAR

PDE – GESTAR II

MEMÓRIA DE LEITURA



Jequié (BA) – agosto

2009



Memória de Leitura

Marivone de Oliveira Silva Pimentel, 46 anos*

Uma história não é mais que um grão de trigo. É ao ouvinte, ao leitor que compete fazê-lo germinar. Se não germina, é questão de falta de ar, de sol, de liberdade, de solidão.

(Michel Déon)

Nasci numa fazenda chamada Boa Esperança, no início da década de 60, interior do município de Santa Terezinha, recôncavo baiano. Caçula até os 13 anos (ganhei um irmãozinho após essa idade) tive uma infância feliz e recheada do encantamento dos contos infantis.

Minha mãe, única “leitora” e “escritora” “reinava” por essa razão, em uma comunidade de analfabetos e semi-analfabetos. Foi através dela que fiz o meu primeiro contato com o maravilhoso mundo da fantasia. Histórias fantásticas de reis, rainhas, príncipes e princesas não faltavam. Bruxas e animais falantes, castelos e bailes, também faziam parte desse encantamento. Em minha comunidade, as pessoas mais velhas adoravam contar histórias e tinham sempre uma platéia atenta e numerosa, pois crianças, adolescentes, jovens e adultos, todos adoravam um bom conto. Em noites quentes de lua cheia, a varanda da casa era o lugar preferido para se ouvir os contos que ora nos arrepiavam, esbugalhando nossos olhos, ora emocionavam, arrancando-nos lágrimas.

As histórias nunca eram lidas, eram contadas. Naquela época, nem sabíamos que essas mesmas histórias estavam registradas em livros. Elas eram contadas com tanto entusiasmo que, muitas vezes, chegávamos a pensar que o contador tinha presenciado aquelas cenas.

É costume numa comunidade pequena, as pessoas trabalharem em coletividade. O adjuntório (mutirão) era uma atividade comum na região, quer seja para construir uma casa de pau-a-pique, para raspar o pó-de-palha, para quebrar licuri (espécie de coquinho) quer seja para assar castanhas de caju, todos se reuniam para render o trabalho. O melhor é que, enquanto os adultos trabalhavam, as crianças se deliciavam com os “causos” que eram contados. No meio do serviço, havia uma parada obrigatória para a merenda, oferecida pelos donos da casa. Esses momentos eram esperados por todos, pois uma diversidade de cuscuzes, bolos e biscoitos eram sempre saboreados e acompanhados por um delicioso café. O adjuntório que mais me agradava era o da casa-de-fazer-farinha, porque sempre havia um grupo de pessoas em volta da pirâmide de mandiocas, descascando-as. Era uma festa, pois enquanto as mãos trabalhavam, o povo se revezava para contar lindas histórias.

Quando chegou no tempo de ir à escola, grande foi a minha expectativa, pois teria oportunidade de conhecer muitas e muitas outras histórias. No entanto, houve uma frustração, percebi que a escola só tinha um objetivo: ensinar as letras, as sílabas e as palavras que eram lidas em textos que não traziam nenhum significado – era a Cartilha da Lili.

O tempo foi passado e o meu segundo contato com livros foi ainda na escola, na 1ª série do antigo primário. Tínhamos um livro didático, conhecido, na época, como Livro de Olga Pereira. Nele havia várias histórias, embora ainda não satisfizessem minha vontade de conhecer o mundo, pois os textos eram fragmentados.

Já em casa, o meu primeiro contato com os livros se resumia em dois livros de minha mãe, o primeiro o livro de receitas (artes culinárias), o outro era um livro que antigamente era muito utilizado pelas pessoas que buscavam o “bem escrever”, era um livro que ensinava a fazer cartas.

Ainda na infância, através do meu avô materno tive contato com a literatura de cordel. Eram folhetos que contavam histórias horripilantes de personagens folclóricas como a mula-sem-cabeça, a mulher de sete metros, saci pererê, lobisomem entre tantas outras histórias e lendas populares. Meu avô materno era repentista e tocador de viola, em seus oitenta e sete anos de idade, quando partiu. Naquela época, ele transcrevia em trovas e versos diversas histórias, como as da Bíblia, da origem e fundação de cidades vizinhas, a genealogia de famílias ilustres e também escreveu um “livrinho” na época, muito conhecido, intitulado o ABC dos Namorados.

Minha mãe era escrevinhadora (palavra do livro de Vargas Llosa) ou escrevedora (como a Dora no filme Central do Brasil) de cartas. Todavia existia uma diferença com a personagem do filme, minha mãe não cobrava nada para escrever as cartas e eram as próprias pessoas que postavam suas correspondências no correio da cidade, quando iam fazer compras, já que morávamos na zona rural. Minha mãe também tinha outras atribuições relacionadas à leitura, pois sendo a única, na região, que sabia ler e escrever, era convocada a ler todas as cartas que chegavam para os habitantes de nossa comunidade, como também a ler todos e quaisquer manuscritos dados por eles, como registros de casamento, de nascimento, de óbito, bulas, receitas de remédios caseiros, escrituras de terras, almanaques que indicavam o nome que poderia ser dado as crianças nascidas em uma determinada época, enfim para qualquer papel escrito, a minha mãe era a mulher ledora, conselheira, que desvendava todos os mistérios daquele lugar.

Eu nasci e vivi até muito tempo nesse pequeno mundo de informações trazidas pela necessidade de outros, além disso, só havia o rádio. Tornei-me, então, ouvinte das leituras desses documentos e cartas que eram também respondidas por minha mãe. Todos lidos em voz alta para que o destinatário tomasse conhecimento do conteúdo.

Mais tarde, outras experiências foram se associando à minha lembrança, a audição de novelas transmitidas diariamente pelo rádio. Em casa, na fazenda, minhas irmãs mais velhas costumavam ouvir essas histórias e eu, apesar da pouca idade, ouvia-as também.

Aos onze anos, mudei com minha família para a cidade, deixando para trás as mais lindas recordações da “minha infância querida, dos anos que não voltam mais”, como bem escreveu Casimiro de Abreu. Nova casa, novos amigos, morar na cidade, estar em uma escola em que cada aluno estudava numa sala de acordo com a sua própria série, pois antes minha experiência era em uma classe multisseriada. Mas, mesmo assim, apesar do novo, a metodologia não era diferente da antiga escola. As leituras eram feitas no livro didático a partir de textos fragmentados com o mesmo objetivo de saber se os alunos liam e interpretavam, de acordo com o manual, o que o autor queria dizer. Nada mais.

Na escola não existia biblioteca, como também não tinha no povoado de onde eu vinha. Mas, havia na cidade uma banca de revistas! Foi aí que eu passei a me encantar pelo texto escrito. Primeiro com os gibis, em seguida com as revistas de fotonovelas e, posteriormente, com os romances Bianca, Sabrina e Júlia. Gastava todas as minhas economias com essa literatura e por ela era fascinada cada vez mais.

Somente quando cursava a oitava série do antigo ginasial é que tive o prazer de ter uma professora de Língua Portuguesa que incentivava a leitura e fazia boas indicações de livros para seus alunos lerem. O primeiro e inesquecível livro da literatura brasileira que ela recomendou foi Meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos. Essa história marcou minha vida, pois assim como a personagem Zezé, eu também conversava com as árvores, desde as que havia deixado na fazenda até aquelas do quintal da casa onde residia naquele período. Identifiquei-me totalmente com o garoto do livro. Lembro-me que após a leitura desse texto, incentivados e orientados pela professora, fizemos um júri simulado. Foi fantástico!

Percebendo o meu interesse por leitura, essa professora passou a emprestar-me seus próprios livros, tais como Poliana, menina e moça (livro que toda mocinha de classe média da época lia); O primo Basílio (Eça de Queiroz); Ana Terra (Érico Veríssimo) entre outros, e assim meu gosto pela leitura foi despertado, estimulado e diversificado. Nada era exigido para nota, apenas conversávamos sobre o texto lido.

Terminado o antigo curso ginasial, cursei o Magistério. Minha experiência com leitura, nessa época foi fantástica, pois incentivada pela professora de Literatura, li livros como Olhai os lírios do campo de Érico Veríssimo, Memórias póstumas de Brás Cubas; Dom Casmurro; Quincas Borba esses últimos todos de Machado de Assis, entre tantos outros clássicos nacionais e estrangeiros.

Depois do Magistério, casei, tive dois filhos e junto com eles li toda a coleção de contos infantis, desde os mais conhecidos até os menos divulgados. A leitura fazia parte da minha vida, já não podia viver mais sem ela. Na escola onde fui exercer o magistério, li com meus alunos todos os livros maravilhosos que a Fundação de Amparo ao estudante (FAE) mandava para a escola, além de ler outros textos necessários para o meu crescimento profissional.

Em 1991, o Programa de Incentivo à Leitura (PROLER) surge em minha vida para mostrar mais uma vez a necessidade de ler, de contar e recontar histórias na sala de aula, em casa, na comunidade e tantos outros lugares.

Após participar de diversas oficinas de leitura e minicursos nos vários encontros do PROLER, na UESB, surgiu em mim a necessidade de fazer um curso superior e, em 1995, prestei o vestibular pela primeira vez, passei e ingressei na Faculdade de Letras da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié. Foi um momento muito importante em minha vida.

No universo das letras, novas leituras foram feitas. Àquelas, teóricas, que eram imprescindíveis para o aperfeiçoamento no curso e todas aquelas leituras descompromissadas e totalmente prazerosas, que mesmo com o tempo escasso era possível fazê-las.

De repente, a minha relação com os textos teóricos mudou. Antes os lia por obrigação do curso a que me propunha fazer, depois por uma necessidade de saber mais, de aprender mais, de compreender mais para poder ensinar cada vez melhor aos meus alunos.

Hoje, busco também despertar em meus alunos o prazer da boa leitura, quer comentando os livros que já li, quer narrando histórias. Tenho por hábito contar apenas um trechinho da história de alguns livros para aguçar a curiosidade de meus alunos-leitores e ouvir deles suas outras histórias. Ainda assim, devido o trabalho, os estudos e tantas outras coisas, acho que não leio tanto quanto gostaria, pois o tempo sempre é reduzido. Mesmo assim, procuro não perder as oportunidades de tempo que surgem, seja no banheiro, no sofá, no ônibus, no intervalo das aulas, nos horários de atividade complementar.

Minha biblioteca é ainda muito pequena para aquela tão sonhada, mas estou sempre, que possível, adquirindo livros ou mesmo pegando emprestado nas bibliotecas públicas da cidade. Em minha casa, meus livros têm lugar de honra, ficam expostos em estantes na sala de trabalho, a vista de todos da casa e percebo que, com essa disposição, tanto meus filhos, os amigos de meus filhos, quanto o meu próprio marido estão sempre buscando alguma coisa para ler. Assino também algumas revistas, tais como Isto é; Superinteressante; Jornal Mundo Jovem, Nova Escola, Caros Amigos e Língua Portuguesa as quais costumo deixá-las em locais estratégicos da casa, para que os outros possam lê-las também.

Por toda a minha vida a leitura deixou a sua marca, ela é de fundamental importância para o crescimento das pessoas. Como professora de Língua Portuguesa, procuro investir nos estudantes a pratica da língua materna. Levo, em minhas salas de aula, novos textos para serem lidos, falo de minha experiência de leitora com outros textos que já li ou, ainda, que estou lendo. Tudo isto para incentivar meus alunos. O que, muitas vezes, é algo desafiador, pois o ritmo acelerado das mudanças que têm se apresentado nos últimos tempos, a superação dos limites técnicos e científicos, os avanços de comunicação entre os povos através de computadores e satélites que ligam a humanidade globalmente, entre outros, tem afastado as pessoas das histórias, das conversas, dos adjuntórios de minha época. Hoje, infelizmente, apesar de tanta tecnologia, as pessoas leem cada vez menos.